O Colégio Santa Cruz, de Castro, era famoso por sua
disciplina e pela qualidade de ensino que oferecia aos alunos, tanto que vinha
gente de todos os lugares do Paraná e até de outros estados para ali estudar.
Muitos piraienses lá estudaram, entre eles o Antoninho Fanchin, o Telô, o
Arizinho Linhares, o Paulinho Gióstri, o Ari Fanchin, de Jaguariaíva, o Zé
Marcio Peixoto de Jacarezinho e muitos outros. Levantávamos por volta de 6
horas. A primeira coisa que fazíamos era ir até a Capela, onde quase todos os
dias tinha a Santa Missa. Às 7 íamos para o refeitório tomar café e logo em
seguida para as aulas. Ao meio dia era servido o almoço. Tínhamos em torno de 3
horas de lazer, sempre acompanhados pelos “vigilantes”. Normalmente íamos até o
campo de futebol do Caramuru, na Ronda, onde fazíamos uma partida. Mais ou
menos 4 horas da tarde nos recolhíamos na sala de estudo e de lá saímos para o
jantar. Após o jantar mais uma hora de lazer e depois novamente estudo e cama.
Eu era interno e quase não tinha folga aos Domingos, pois sempre tinha a Missa,
aulas de religião e sessões de estudo das matérias do ginásio. Uma ocasião
consegui licença para visitar meus pais em Pirai. O trem da manhã já tinha
passado e o da tarde demoraria demais. Fui a pé até a saída para estrada do cerne,
na esperança de conseguir alguma carona. Aquele tempo era comum carona, não
havia assaltos e todos se conheciam. Lá estava eu quando o Edi Volaco parou, ao
meu sinal. Ele era conhecido do meu pai e perguntou se queria carona. A cabine
estava lotada e sobrava um lugarzinho na carroceria. Não tive dúvida, topei a
parada, pois pretendia chegar em Pirai ainda de dia. Quando lá cheguei agradeci
ao Edi e fui para casa tomar um banho, pois estava inteiramente coberto pela
poeira vermelha da estrada.
(Luiz Fanchin Jr)
COLETÂNEA DE CAUSOS, CRÔNICAS E POEMAS "PIRAÍ DE ANTIGAMENTE"
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