Bicho-homem, difuso, re-cheio de desejos.
Olho-te de fora como se eu fosse uma estrela.
Olho-te por dentro como se eu fosse uma veia.
Bicho, homem repleto de certezas e ilusões.
Olho-te para além dos olhos com compaixão.
Atravesso membranas, egos, ecos, elos, ímã.
Bicho, homem, triste, gente, carne da alegria.
Bicho-homem, eu vim te ver. Conhecer-te. Amar-te!
Vim como você, nu!
Quase sem limites. Como tu. Sem tirar nem pôr. Vim assim.
Sem temor! Sem morte! Sem sentir nada. Frio. Seco.
Bicho da terra, homem do barro, de eternos brados.
Vim ver-te. Verter meu dom. Vasculhar-te profundo.
Enraizar minhas próprias dores.
Conhecer-te, sendo tu. De carne e osso...
De mil amores, vim “ser-te” agora, hoje, sempre!
Exatamente igual, seu pai, seu filho.
Vim roubar-te o espírito e mostrá-lo às aves.
Vim amar-te e pousar sob o teu coração, tocar-lhe a mão.
Pegar os pesos dos sonhos, os sons de instrumentos.
Dizer-te palavras e desnudar-te a alma.
Vim ser poeta.
Inventar almas, vivas e mortas.
Reinventar a vida numa rima explícita.
Fazer coloridos, criar lágrimas e dar alegrias.
Vim ser artista com acento agudo.
Vim ser apenas uma radiografia que revela o cálcio,
Mas deixa passar o espírito!
Helton Tinoco
(Pedagogia)
2º LUGAR – CATEGORIA ALUNO DA FEUC
POEMAS VENCEDORES DO PRÊMIO FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA
CAMPOGRANDENSE ( FEUC) DE LITERATURA 2014
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