sábado, 1 de agosto de 2015

Eu e mais ninguém


Madrugada. Ninguém na rua. Só eu,
Pensando em versos, caminho em paz.
O céu está limpo. Como um camafeu
Preso, a Máquina Pneumática jaz.

Ter constelações e não ser capaz
De amar, de lembrar o que se perdeu
E infinitamente querer mais
Do que a emoção que essa noite me deu.

Ser poeta, equívoco da criação,
Caminhar à noite como um zumbi,
Sozinho ser mais que uma multidão.

Ah! uma dor assim eu nunca vi…
Dói e essa lágrima que vem de fora
É toda a beleza que garoa agora!


antonio thadeu wojciechowski

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