Alexandre França
as trevas e seus dedos
fazendo cócegas
nos lugares públicos
do solitário
quem poderá pichar o muro da escuridão
com a brasa escura do passado?
as trevas me penetram
seus tentáculos se misturam
a toda sombra a toda sombra
quem poderia dizer
"ele ama a noite e seus orvalhos"
quando aqui sou violado?
por onde se esconde a fumaça do cigarro?
de onde essa risada essa tosse essa risada
cheirando a chuva a chuva chuva chuva?
quem nos observa caídos
rezando a reza sem luz
dos esquecidos
quem amará esse homem
parecidíssimo comigo
com um rasgo fundo no rosto
e um olhar opaco?
Nenhum comentário:
Postar um comentário