Lembro-me do carnaval.
Você pulando inexata, feliz, multifária.
Eu – tomando cerveja
e vendo a noite extinguir-se
em pálidas mãos cor-de-rosa
(o silêncio do céu
indiferente ao formigar da terra).
Mas você pulava tão linda e feroz e icônica
que eu pensei que era infinda
sua alegria, infinita
minha tristeza,
e o céu era precário e a aurora era um erro.
Em redor do meu coração
ressoava um mar
inexplicado. E a noite esvaía-se sobre o cais na praia,
atrás do clube,
sigilosamente.
Você deixava um, pulava com outro.
Eu – comprava outra cerveja.
Otto Leopoldo Winck
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