terça-feira, 8 de setembro de 2015

CANTO DOS EMIGRANTES

poema de Alberto da Cunha Melo


Com seus pássaros
ou a lembrança de seus pássaros
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos
com seu povo
ou a lembrança de seu povo
todos emigram

De uma quadra a outra
do tempo
de uma praia a outra
do atlântico
de uma serra a outra
das cordilheiras
todos emigram

Pra o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico
para dentro de si
ou para todos, para sempre

todos emigram.

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