Hoje, uma colega me falou:
- Lu, aposto que se você tivesse filhos, levaria estas
crianças a um desfile de Sete de Setembro. Pois, você não é coxinha e nem
caviar, apenas uma empadinha ufanista que faz poemas para datas comemorativas.
No mesmo instante dei a seguinte resposta:
- Se eu tivesse filhos, com certeza, levaria meus pequenos
aos desfiles de independência. Pois isto
não seria uma atitude ufanista e, sim, de patriotismo. Reconheço, realmente,
que a independência do Brasil foi feita sem a participação do povo e que após,
este fato, o Brasil passou a ser dependente, informalmente, de outros países.
Mas isto não é motivo para apagar esta data comemorativa da memória porque ela
faz parte da História do nosso povo. Por isto, quem é contra as comemorações de
Sete de Setembro, também, está contra o Brasil.
- Aqui, também, é necessário entender que ufanismo é
diferente de patriotismo. Por exemplo: um ser que torce para o Brasil, somente,
na Copa do Mundo, mas que possui uma vida desonesta e nem sequer sabe a letra
completa do Hino Nacional, com certeza, é ufanista. Já uma pessoa que participa
das datas cívicas, faz serviços voluntários e devolve uma carteira perdida que
acha na rua, com certeza, é patriota.
- Por isto, assumo: sou uma empadinha de Sete de Setembro.
Pois caviar não é muito popular e coxinha costuma ter muita gordura nociva. Sou
uma empadinha, mas de palmito, porque sou vegetariana e tenho partes
transparentes dentro de mim. Porém a criatura mais feliz do desfile sempre será
o cavalo porque ele caga, anda e ainda, por cima, é aplaudido.
Luciana do Rocio Mallon
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