"[...] quando meu pai tocava, nos finais de tarde, o
seu bandoneon, e exercia nisso a sua solidão e o seu sentimento, como uma forma
de estar em contato consigo mesmo, esta é uma imagem que ficou em mim, é um som
que ficou em mim. Como ficaram em mim os poemas que minha mãe, filha de russos
brancos, dizia nas festas de aniversário, nas noites de Natal, nos dias de
Páscoa, nos casamentos. Eram poemas que ela aprendeu com os pais. E isso é uma
imagem para mim também, a imagem de alguém que não era só a minha mãe, era
também uma guerreira, uma guerreira lírica, uma doce guerreira que tinha a
coragem de se levantar e dizer poemas."
- Lindolf Bell, em “entrevista” à Fundação Catarinense de
Cultura. Publicado: em “Lindolf Bell: estudo biobibliográfico: antologia”.
(Escritores catarinenses - Série hoje nº 2). Florianópolis: FCC, 1990.
Fonte : Elfi Kürten Fenske
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