segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

SACRILÉGIO - II

Vestido de saco e coberto de cinzas,
nos teus átrios eu grito:
acaba comigo. É inadmissível viver
depois de haver contemplado a tua glória.
Genuflexo
no teu tabernáculo, eu suplico:
derrama a tua ira sobre o meu corpo insolente.
Não há mais lugar na terra
para quem conheceu tuas delícias.
Prostrado na laje fria
do Santo dos Santos, eu imploro:
risca o meu nome da terra dos vivos.
Depois de haver provado do teu fruto,
toda a felicidade do mundo
é infâmia.

Otto Leopoldo Winck

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