No tempo do plantio eu fiz minha colheita.
Agora, que o jarro já quebrou na fonte
e a roldana rebentou no poço, eu chego ao meu pomar
e não vislumbro um fruto. No tempo dos abraços,
quando um sol de bronze se elevava sobre mim,
eu fugi por todos os caminhos. Agora,
que a noite cai e eu recolho as ovelhas magras no redil,
não há ninguém para dizer adeus.
Levantei muralhas quando era para derrubá-las.
Destruí castelos quando devia refazê-los.
No tempo de chorar, eu ri.
No tempo de falar, calei.
Quando a hora era de buscar, eu me perdi.
E agora choro em vez de gargalhar
e cerro os lábios para não gritar teu nome nas
encruzilhadas.
Se há um tempo para cada coisa,
como diz o Eclesiastes,
para mim os tempos já vieram temporãos.
Otto Leopoldo Winck
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