- É verdade que você me procurou?
Ela fez a pergunta enquanto semeava.O cheiro da terra, as
sementes, o orvalhar do dia.
Ele pediu que ela parasse um pouco. Precisavam conversar.
Ela ergueu os olhos.
Ele sentou-se numa pedra e disse que precisava falar do amor
que o tempo não congelou embora o inverno tentasse.
Sorriram. Ela retomou o trabalho.
Então ele disse que bom seria se o amor fosse como uma
daquelas sementes que a terra se encarrega de destinar.
Ela re-ergueu os olhos e disse:
- assim é.
Uma revoada de pardais encerrou a conversa.
(Mara Paulina Arruda)
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