o eu jamais está fechado, ou nunca mais se abriu? sei que
estou
poluído de declarações, não sou tão alto quanto um deus
qualquer
em sua mudez perfeita. sou esta apoteose tão pequena quanto
quem
quer que também a seja. o prazer se compartilha, a dor não.
a dor é
uma coruja em vigília, olhos na maciça escuridão. estar só é
ser o
homem como ele é. e os nossos sentidos são uma ostentação,
mas
nem todos vão estudar música a esta hora, nem ler os livros
que foram
escritos só para mim. não há gente ao redor, porém, com o
coração
sincero, sussurro outra vez o espírito de um verso. de longe,
o seu sim
chega furando a noite. não hesito, abro a porta
Luiz Felipe Leprevost
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