"Água" será lançado este sábado.
O ocaso da alma
O vazio que me amanhece
tarda,
arde
tarde.
Tu, Sol, te atrasas em horas
quando intenta levar-te a luz.
Caro amigo, o buraco em meu ser
já há muito fez-se aparecer!
Em ti tudo se renova
As dores de ontem se enuveam em auroras
Os pássaros da manhã
trazem consigo um sopro de vida tratado
O cheiro do café e o beijo da amada
renegam as trevas,
fazem em olvidada a elegia de outrora.
Mas meu ocaso é outro
Infindável
irrenovável
imutável
A noite segue a noite –
monotonia monocromática.
O meu fim não é efêmero,
a eternidade o carreia – e já começou!
do Gustavo Andreoli. Do livro "Água". Fonte : revista Babel
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