quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A casa do barão ( I )



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  • Felizmente parece estar tomando corpo um movimento pró preservação do rico e raro patrimônio histórico da vizinha Paraíba do Sul.Não é de hoje que dos meus variados espaços de imprensa venho advertindo da necessidade de se traçar uma política pública que venha valorizar o grande acervo histórico,cultural,arquitetônico,religioso,ambiental, ...da tradicional Parahyba do Sul,p
  • ólo regional de grandezas institucionais,artísticas,jurídicas,políticas,educacionais,econômi -
  • cas,humanas,entre muitas,desde século XVII até a primeira metade do XX.
  • As eleições do futuro prefeito e sua vice,parecem ter trazido um renascimento à causa preserva-
  • cionista. Ao jovem póstero executivo ficam lembradas as suas sagradas promessas de campanha de crescimento e de desenvolvimento do município, daí a nossa sugestão de uma indústria turística que colocará na vitrine pública as suas joias patrimoniais.Grande aliada desse projeto,
  • quiçá,seja a vice Mariângela Santos,de reconhecidos antigos empenhos ao resguardo das tradições
  • da sua terra natal – contando também,ao amealhado das vantagens, com a sensibilidade artística da jovem futura primeira-dama,a boa trirriense Viviane.
  • Ao que parece o último prefeito a investir naquelas riquezas pretéritas foi o grande Nelson Aguiar,quando em 1973 teve a feliz e profícua iniciativa de criar o Conjunto Histórico Tiradentes,no antigo distrito das paragens de Sebolas.De um lado oposto, parece que a última política iconoclasta mais furiosa, avessa àquelas secularidades , foi a do biprefeito Rogério Onofre,asfaltando as suas tradicionais ruas,modificando nomes referenciais de tradicionais logradouros,desfigurando os raros e antigos pontilhões ferroviário, entre outras degenerescências.
  • E assim abriu um campo fértil para o início de uma nefasta atração da especulação imobiliária.Após
  • tais terremotos administrativos,nem mesmo a criação de um centro cultural e a reativação da locomo-
  • tiva Maria Fumaça vieram absolvê-lo dos vandalismos perpetrados à História.
  • Foi uma grata surpresa a sintomática matéria do nosso jornal do último domingo assinada por Jorge Barbosa.Página de valoroso engajamento na luta de poucos para salvar Paraíba do Sul da sanha dos insensíveis chamados progressistas.A importante publicação ,entre outras transcrições de protestos de defensores daquele rico patrimônio histórico,traz o do arquiteto Getúlio Júnior que vale a pena reproduzir: “ ...nós somos sulparaibanos,não somos trirrienses que demoliram todo o seu patrimônio cultural e ambienta.,Nós ,sulparaibanos ,devemos preservar e podemos implantar edifícios em terrenos baldios e fora da cidade,para que ela cresça efetivamente de forma planejada e sustentável...”.Não obstante eu concordar ipsis litteris com as palavras textu-ais do festejado arquiteto, também dou a mão à palmatória que sua assertiva trouxe-me profundo constrangimento por corroborar-lhe e acrescentar-lhe palavras ainda mais temerárias:Três Rios é um caso quase perdido na política preservacionista.Embora aqui com um patrimônio histórico tombado legalmente de quase 30 bens de um fausto pretérito, vem sendo aniquilado gota a gota pelas tacanhas e insensíveis autoridades ,daquele tipo que afaga o “ progresso” fácil e de ganhos imediatos.A mais recente e ilustrativa prova documental do que aqui acuso é a lenta agonia da nossa rara relíquia histórica representada pelo monumento ferroviário ( de 1871),no invadidíssi-mo e desrespeitadissimo pátio da antiga estação ferroviária.O monumento dia a dia é impiedosa-mente golpeado e hoje ,em pleno canteiro de obras da construção de um já “ comemoradíssimo” extemporâneo “ novo terminal de transbordo”.Notícias dão contas de que,para tentar atenuar o mal-estar,ele receberá uma meia-sola sob os trabalhos de uma equipe de restauradores,como sempre numa recém contratada mão de obra forasteira – tal a antiga promessa para a Capela N. Sra. da Piedade,no Cantagalo.
  • Tristezas e decepções à parte,em consolo abraço a ação de renascimento preservacionista sulparaibana,dando a este escrito o título de “ A casa do barão”,também ilustrando-o com uma foto atual.Este belo solar,situado na Praça da Bandeira ,no tradicional Lava-Pés – construído em 1860 pelo Barão da Parahyba ( João Gomes Ribeiro de Avelar,barão em 1848 e visconde com grandeza em 1876) entre outros preciosos imóveis que levantou na cidade – poderá servir de símbolo deste movimento socorrista de preservação,principalmente por ter o mais recente risco ,a popular “bola da vez”, de demolição da fúria da especulação imobiliária.Na próxima semana continuo o assunto, sobre o barão e sua importante casa Em uma colaboração para a redação de um urgente pedido de tombamento;apresentarei novos e indispensáveis dados da biografia empreendedora desse conceituadíssimo titular do império e a amante incondicional de Paraíba do Sul.
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  • Ezilma Teixeira Teixeira

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