margear a queima das águas como quem vai embora, mas fica
sem tédio, com a dor do espinho que nasce
sob a maciez das peles, todas branco veludo lua amena
um pouco regada no seu colo a pele
o resto que não o pouco e o pequeno é furacão, conciso vento
regências pardas de obscuros medos
enigmas de terras que banhamos raízes
bandeiras solas de pés quase cansados, quase alegres
que penetram na queima das águas, agora:
dissolver o sumo de armas, o sangue anônimo cavado na densa
noite
e as bolhas dos cantos altos loucos, sós dissolver
na bendição desse líquido que arranca peles indistintas
que castas sujas que mordidas de promessas, que levanta
gritos sustenidos
agudos graves, que traz o peso do encanto
que são as perdas doces, exatas
a queima das águas é a nossa glória
que arde
desde as tenras a obsoletas carnes que fumegantes
serenam alquimias.
vem e muda dentro da minha boca
diante de dentes e hálitos mornos, teu verbo.
Natália Nunes
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