Este ano, realmente o mundo acabou para muitos, e antes de
21/12.
Este ano, várias pessoas com quem tive a alegria de
conviver, passaram para outra dimensão, foram para onde todos um dia iremos.
Hoje..., mais um amigo se foi. O Samba Curitibano veste
preto. Diretor de Harmonia, quem sabe, apresentará aos jurados de lá, o 'Grande
Delegado' que há alguns dias foi..., quem sabe..., esperá-lo ?
Dá até para pensar se vale a pena, colecionar perdas. Então...,
resolvi poetar.
DESFILE DA VIDA
Cheguei a uma idade,
Em que estou somando perdas,
Olho pra frente,
E vejo menos do que para trás.
Foi num Setembro,
Quando o Salgueiro,
Esquentava tambores,
E dormi bebê,
Ao som do samba.
Cresci vivendo a alegria,
De provar o sabor da lágrima,
Que teimosa pela beleza vivida,
Escorria em direção ao sorriso.
Não importava pra mim,
Qual era a escola que passava,
Eu via, eu sentia, eu gostava,
O samba me cativava.
Naquela hora não tinha pobre,
Nem rico, nem branco, nem negro,
Havia um carnaval que desfilava,
Na voz de gente feliz que cantava.
Hoje, adulto de sonhos inda claros,
Passados bons anos de tudo isso,
Vejo com certa tristeza,
O quanto já se foi,
O muito que ainda vai.
Amigos que um dia tive,
Das escolas por onde andei,
Agora são..., só saudade,
Fiquei, estou..., e me sinto,
Bastante emocionado.
Mas, o mundo gira...,
Nos passos da Porta-bandeira,
E o mundo dança suave,
Nos passos do Mestre-sala,
E os corações se alegram,
No flanar de qualquer brasão,
Sem contar a cor altaneira.
Porque o surdo de 1ª,
Marca ritmo de coração,
E se lágrimas fizessem som,
Seriam ouvidos chocalhos,
Pois, o lamento da cuíca,
Representa o Adeus,
Que de forma direta ou indireta,
Sempre acontece no samba.
O bom de tudo isso,
É saber que nada termina,
E que quando parte da vida,
Chega à dispersão...,
Outro desfile importante,
Começa..., lá na armação.
Portanto..., continuemos.
Olinto Simões
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