domingo, 18 de novembro de 2012

Lenda da Cigana do Natal



Luciana Do Rocio Mallon    


Marília era uma cigana que possuía o sonho de ter uma filha. Ela tinha ficado grávida quatro vezes, mas sempre perdia os bebês na metade da gestação. Um certo dia, ela rezou para que Santa Sara expulsasse esta má sorte e, assim, pudesse ficar gestante novamente. Então, alguns dias depois, esta cigana engravidou e pelas contas ela daria a luz perto do Natal. O tempo passou e o dia vinte e quatro de dezembro chegou. Já nas primeiras horas do dia, Marília começou a ter dores fortes e pediu para que somente a sua irmã a ajudasse no parto. Quando ela conseguiu dar a luz a uma menina, este bebê morreu nos braços da sua irmã. Deste jeito a cigana desesperada, com a criança morta nos braços, foi até uma igreja e entrou no templo, que tinha um presépio onde faltava o menino Jesus na manjedoura. Assim, ela deixou o neném falecido, ao seu lado esquerdo deitado no banco, ajoelhou-se e começou a rezar. No meio da oração, a mulher olhou para presépio e notou que ele estava sem o menino Jesus. Desta maneira, esta mulher refletiu:
- Pensei que só nós, os ciganos, é que tínhamos o costume de colocar o menino Jesus só no dia 25 de dezembro.
Depois deste pensamento, a dama continuou de joelhos e fechou os olhos. Alguns minutos depois, ela escutou o choro de uma criança vindo da manjedoura do presépio. A moça abriu os olhos e reparou que o bebê, que estava no presépio, era idêntico ao seu neném que ela tinha acabado de perder. Por isto, a cigana virou-se ao seu lado esquerdo e não viu mais a criança morta. Desesperada, a mulher aproximou-se do presépio e notou que aquele bebê era a sua filha falecida que havia ressuscitado. Então, Marília se perguntou:
- Como meu bebê voltou à vida, se ele estava morto e gelado?
- Como minha filha foi parar viva no presépio?
Assim, ela abraçou a criança e levou para seu acampamento. Em homenagem à data comemorativa a cigana batizou a filha de Natália, que significa: “o dia do nascimento de Jesus” numa mistura de Latim, Sânscrito e Romani. Esta menina cresceu ouvindo sua mãe dizer que ela foi um milagre de Natal e que, por isto, quando ela ficasse adulta, deveria de distribuir brinquedos para as crianças do acampamento. Natália aprendeu a fazer brinquedos, principalmente, bonecas de pano e carroças de madeira. Então, quando esta jovem completou dezoito anos, ela passou a dar brinquedos para os pequenos, de seu acampamento, no Natal.
Reza a lenda que quando alguém faz um pedido para o Papai-Noel e não é atendido, basta rezar para a cigana Natália que ela realiza o desejo, da pessoa, na noite de Natal. Porém, para isto acontecer, o pedinte deve ter um presépio em casa e colocar o menino Jesus, na manjedoura, só no dia 25 de dezembro, assim como a tradição cigana pede.




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