Era o seu primeiro encontro. Estava todo faceiro,
encontrara seu primeiro amor numa viagem curta de ônibus, muitos olhares,
poucas palavras, mas o suficiente para saber o nome da sua primeira paixão
marcando o local e a hora do primeiro encontro: esquina da marechal, na frente
da praça, ao lado da loja... emprestou a jaqueta de couro desgastado do irmão,
usou no rosto o creme da irmã. Pegou o ônibus uma hora antes, andou pela
cidade. Numa banca de revista comprou chiclete de hortelã e conforme o
combinado lá estava ele! Na primeira hora de espera, imaginou-se dando o
primeiro beijo, trocando os primeiros carinhos, sentiu na pele ... descobriu
quanta ansiedade cabe em uma hora de espera, passaram horas... Aí se deu conta,
que estava conhecendo a sua primeira decepção amorosa, seu primeiro engano e desapontamento.
Não sabia que esse seria o primeiro de muitos desencontros e desencantos. Viria
saber, se não estivesse tão distraído ao atravessar a rua...
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