Em Curitiba
há uma fonte de uma estátua com a forma de um cavalo babão. Este local tem
muitas Lendas Urbanas, que leremos abaixo:
O Cavalo
Babão do Eclipse:
No século
dezenove, num sítio próximo a cidade Curitiba, existia um fazendeiro que
gostava de criar cavalos. Uma certa noite, sua égua mais bonita, que atendia
pelo nome de Lua entrou em trabalho de parto. Porém, o homem disse:
- A Lua
não pode ter este filhote hoje, pois é noite de eclipse e segundo a lenda todo
o potro que nasce, quando ocorre um eclipse no céu, fica babão para o resto da
vida.
Mas,
apesar da preocupação do fazendeiro, a eqüina teve seu potro naquela mesma
noite. Assim, como reza a profecia, o bicho já nasceu babando.
O tempo
passou e o cavalo continuou babando. Os filhos do fazendeiro gostavam de
maltratar este animal e, sempre quando entravam no estábulo, diziam:
- Vamos
jogar pedra no cavalo
babão!
O dono do
sítio, cansado de ver o animal ser maltratado, mandou seus empregados venderem
o pobre bicho no mercado de trocas, que ficava no Largo da Ordem. Porém, apesar
de muitas tentativas, ninguém queria trocar ou comprar aquele animal. Pois, os
comentários das pessoas, quando viam o pobre, eram estes:
- Que
nojo, um cavalo babão!
- Aquele
potro que está babando deve estar louco!
Os
empregados relataram os fatos para seu patrão, que mandou estes moços darem o
cavalo de presente para a primeira pessoa que se encantasse com ele.
Um certo
dia, estes homens estavam expondo o diferente eqüino junto com outros produtos
no mercado de trocas no Largo da Ordem, quando, de repente um menino de rua
parou em frente ao cavalo e comentou:
- Poxa,
eu queria tanta um bicho de estimação, mesmo que fosse um cavalo babão.
Ao
escutar isto, um dos moços indagou ao garoto:
- Você
quer este cavalo?
O moleque
respondeu:
- Eu
quero, mas não tenho dinheiro para comprar.
O homem
exclamou:
- Como
você gostou deste animal, tome de presente para você!
O garoto
ficou encantado, montou no bicho, que foi para um bosque deserto. No meio da
caminhada, o animal parou e apontou com uma das patas para um local. O menino
estranhou e indagou:
- Por que
parou, amigo?
Assim o
cavalo relinchou.
O moleque
perguntou de novo:
- Será
que existe algo enterrado, aí?
O cavalo
disse sim com a cabeça.
Deste
jeito o rapazinho pegou uma enxada, cavou o local e achou um túnel. Desta
maneira, este adolescente entrou dentro dele e achou um baú no meio do
labirinto. Então, ele abriu o objeto e notou que havia ouro e jóias dentro
dele.
Com o
dinheiro, o garoto comprou um pequeno sítio e tentou construir um monumento na
cidade em homenagem ao seu melhor amigo, o cavalo Babão. O problema é que sua
idéia não foi aceita pelos poderosos, mas mesmo assim ele exclamou:
- Ainda
haverá uma estátua de um cavalo babão no centro desta cidade, nem que seja
daqui a cem anos!
Desta
maneira, o jovem e o eqüino se tornaram grandes amigos. O passatempo preferido
do cavalo babão era passear no Largo da Ordem.
O tempo
passou e o cavalo adoeceu. Desta forma, seu dono disse a ele:
- Por
favor, não morra...
- Bem,
mas se você falecer, eu enterrarei o seu corpo no lugar que você mais gosta: o
Largo da Ordem.
Após
escutar estas palavras, o bicho morreu. Assim, quando os sinos soaram
meia-noite, o dono do eqüino morto, enterrou este animal no local prometido.
Coincidentemente, no século vinte, em meados dos anos noventa foi inaugurada a
fonte de um cavalo babão bem no local onde o bicho desta Lenda Urbana foi
enterrado no século dezenove.
A Égua de
Brandina:
Nos anos
noventa, havia uma linda catadora de papel chamada Brandina. Ela tinha cabelos
compridos e olhos verdes muito puxados. Vários homens tentavam conquistá-la,
mas ela não dava bola. Um certo dia, esta moça ganhou uma égua junto com uma
carroça de um de seus admiradores. Este presente foi muito útil, pois facilitou
o seu trabalho de catadora de papel. Numa noite de Lua cheia, a sua égua
avistou um cavalo perto da estátua do cavalo babão. Por coincidência, o animal
também babava. Então, a potranca se apaixonou pelo misterioso animal. Com o
passar do tempo, Brandina notou que o cavalo só aparecia nas noites de Lua
Cheia no Largo da Ordem e ninguém tinha noção de quem era o dono do bicho. Numa
madrugada, também de Lua Cheia, Brandina resolveu dormir, debaixo de uma árvore
no Largo da Ordem, enquanto sua égua paquerava o cavalo. De repente, a catadora
abriu os olhos, notou que o Sol estava nascendo e olhou em direção à estatua do
cavalo Babão. De repente, a mulher viu o namorado de sua égua entrando nas
águas, debaixo daquela fonte e sua imagem foi desaparecendo aos poucos. Então,
surgiu a Lenda Urbana de que o espírito do verdadeiro cavalo babão, sai de sua
sepultura, nas noites de Lua Cheia para passear no Largo da Ordem.
A Baba
Milagrosa
Num dia
de Sol passei perto da praça onde há a fonte com o monumento do cavalo babão,
quando vi uma idosa pegando água daquele chafariz. Logo, perguntei-lhe:
- A
senhora está pegando esta água porque ela é pura da fonte?
Então, a
velhinha
respondeu:
- Não sei
esta água é pura, mas ela é milagrosa. Pois, dizem que no século dezenove havia
um cavalo babão por esta região. Um certo dia, uma criança machucou o braço e
não parava de sangrar. Então, o eqüino se aproximou dela, a baba caiu no seu
ferimento e a pequena sarou. Reza a lenda que construíram este monumento bem
aonde o cavalo mágico foi enterrado e por isto a água desta fonte faz milagre.
Luciana
do Rocio Mallon
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