terça-feira, 13 de novembro de 2012

TRISTE TIGRE



(Para Rainer M. Rilke, Willian Blake e Hilda Hilst)

Sem ti eu muito me intrigo
Fico sem trigo e sem pão
Fico um tempão ressentido
Tido sem asa e sem chão.

Fico sem cor, sem ação...
Quando sem ti sou sentido
Me entrego a um sentimentão
Que me põe tão sem sentido.

Sem ti eu perco a destreza
Feito um felino falido
Preso, sem pressa, sem presa...
Girando em torno do umbigo.

Sentigo até tristetigro,
Estreito, embrego, redundo
O mundo de mal comigo
E eu brigo com todo mundo!

Altair de Oliveira - In- O Lento Alento

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