O luto enredava as
cordas ácidas do corpo em seus alvéolos plumbeamente
Musculares
Em seus fios de
brilhante sémen coagulado,
Em suas castas e
vibrantes redes cristalográficas
E as mulheres
costuravam longamente as sombras articuladas sobre os campos
As mulheres
perfilhavam as redes húmidas da casa – o peito reconstruía-se sobre o
Nó dos seus novelos
As mulheres aceleravam
o lume orgânico dos seios: a espuma preta até aos veios
Magníficos
Davam o sangue
clavicular às violetas
Os cabelos arcaicos ao
ponto súbito das rosas
E quantas violetas de
fumo poderiam os lábios sibilar contra as estrelas? Quantos
Pássaros eclodiriam
sobre as agulhas?
Que vento de cinzas
espalharia o som do
Nome?
Ou a carne enegrecida
dos teus cântaros
Até que o sono fosse
um excesso de raízes?
O luto alastrava-se na
raiz do pensamento - o cérebro alagado na penumbra
Dos crepúsculos
E que manhãs de cal
estalariam sobre as nuvens para que as águas iluminassem
Os cabelos?
Que barcos trariam o
teu rosto para que a luz
Explodisse nos
espelhos
Luiza Nilo Nunes
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