Era uma vez uma índia morena
Batizada com o nome de Tabebuia
Ela brincava tão doce e serena
Transformando o pião em cuia!
Esta menina admirava o Sol
Porque ele era o seu farol
Seu sonho era tocar neste astro
Para deixar no céu um dourado rastro
Um certo dia, esta jovem meiga e boa
Aproximou-se da beira de uma lagoa
Assim, ela viu o reflexo do astro rei
E ignorando qualquer tipo de lei
Tabebuia repleta de
ternura e candura
Jogou-se nesta água
cristalina e pura
Pensando que poderia abraçar o Sol amarelo
Porém, ela se afogou de uma forma dura
Seu corpo foi ao fundo, mas voltou mais belo
Boiando por esta mágica e misteriosa lagoa
Sua alma sentiu que sua morte não foi à toa
O Sol ficou com pena do seu corpo desitratado
Por isto fez um feitiço de um jeito apaixonado
O corpo da índia virou um galho com sementes
Flutuando por estas águas frementes e quentes
Até que o galho foi parar na beira de um rio
E de suas sementes, de repente, surgiu
Uma árvore com flores tão singelas
Todas suaves e muito amarelas
Como a cor do Sol da primavera
Que tem as luzes da nova era!
Esta árvore causou o maior fuzuê
Porque virou abrigo de um colibri
Deste jeito ela passou a ser chamada de ipê
Que significa galho que flutua em tupi-guarani !
Reza a lenda que cada flor desta planta
Tem a alma inocente de uma santa
Pois, estas flores amarelas
Tão leves, doce e singelas
São divinas lágrimas do astro rei
Que formam um tapete dourado
Na lembrança da moça que ignorou a própria lei
Por estar com o espírito primaveril apaixonado.
Luciana do Rocio Mallon
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