Me aproximo de ti
como quem se aproxima da polpa do silêncio:
com gestos pausados e passos medrosos.
O mundo lá fora é muito grande,
os caminhos tão numerosos e loucos
que será inevitável o adeus.
Quando chove, contemplo as vidraças
e vejo teu rosto: envelheceste – penso em dizer-te.
Mas as palavras frequentemente são duras
e resta sempre uma paisagem vazia
onde nossos sonhos deixaram sulcos.
Me aproximo de ti
como quem se aproxima do nome de Deus:
com gestos medidos e passos de dança.
Se eu gritasse, sei que ninguém me ouviria.
Se eu dançasse, o universo implodiria.
Estive dentro dos pesadelos dos homens
e descobri que tudo é sagrado.
Menos o medo que tenho de ti.
Olw
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