Eu posso imaginar a umidade do teu
perfume nu sobre a cama e a maciez da tua pele leitosa a iluminar a penumbra.
Eu desconfio que teu gozo acontece de
olhos fechados, enquanto sorris de êxtase para o mundo.
Suponho que, nesse prazer, existe um
silêncio de tua presença a dizer tanto de ti mais que se me descrevesses teus
sentidos.
Ensaio meus dedos no ar, como a
acariciar tua nuca e espalhar o feitiço dos teus cabelos negros pela
madrugada...
Ah, se teus olhos pousassem nos meus,
um pouco além do que um relâmpago de açoite, eu me instalaria para sempre em
ti, penetrando teu insondável íntimo, e te roubaria para a terra da liberdade,
onde pecado é ter medo de ser feliz.
***
Não haverá canto do teu corpo que eu
não desvende com meus beijos;
Não transcorrerá segundo vago entre
nós que eu não preencha de doçura, de quenturas, eternidades e explosões de
encanto.
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