segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A PAZ DOS QUE SE SABEM FERAS


Iriene Borges

Não posso calar diante disso
Ou daquilo que não incomoda,
em absoluto, a mais ninguém
Não posso aceitar ser o caniço
que pensa que sabe que pensa
ou ser a mão que gira a roda
da fortuna de alguém
que não me sabe ou credita
o mérito de ser
Calar é tornar o erro perene
É olhar de pronto a cada tolo
que ainda me chama de Irene
Não posso. Eu sou mercúrio
armada do hermetismo
indevassável dos espelhos
que compõem meu catecismo
E sempre confiro os artelhos
para assegurar que estou certa
rezando que obsoletas
são as moneras
E deito-me
na paz

dos que se sabem Feras

Nenhum comentário: