Sofrimento que passei
na masmorra do Parnaso.
Amarguras que me deu
aquele palácio de Antipas.
Angústia de quem tem presas
as mãos em doze correntes.
Os meus pés foram apertados
em sete sapatos de bronze.
Quanto sofreram meus pés
na sala do mar de bronze.
Estive às portas da morte
no forte de Maquerunte.
Séculos e séculos fui Tântalo
na casa dos copos de ouro.
Passei por negros tormentos
na casa do altar dos perfumes.
Conheci de perto o Inferno
naquela casa fatal.
Suplícios que me infligiram
na câmara de Faraó.
Minha alma foi posta a ferros
na casa dos sete véus.
Torturas que padeci
na casa dos Macabeus.
Fui tratado como louco
na casa dos pavões brancos:
a minha inocência foi posta
numa camisa de força.
Felizmente fiquei livre
da sala da inquisição.
E hoje nem quero pensar
naquela Bastilha horrorosa
levantada por Herodes
com pedra de cornalina
e com uma vinha de ouro
pendurada em cima da porta.
(Sosígenes Costa)
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