quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Meu cachorro, Tchekhov, com seu latido anunciava, visita indesejada. Deixei meu computador ligado, cigarro no cinzeiro, nem havia acendido ainda. Fui atendê-lo, era cobrador, mais um.! Demorei um bocado de tempo, é sempre difícil argumentar com massa muscular. Quando entro no meu escritório, vejo meu cachorro, sentado com duas patas no teclado, o cigarro aceso na boca, dando baforadas, ao me ver, levou um susto, saiu em disparada, corria como seu eu houvesse falado em banho. Para minha surpresa, olhei para tela do computador, estava escrito o titulo:
”Vida de cão” escrito em português, não em russo. Fiquei curioso pra saber o que ele pensava, seria fecundo para um escritor saber o que passa na cabecinha de um cachorro vira-lata, que come ração barata, e as vezes um ossinho aos domingos, por algumas vezes tentei deixá-lo só, mas ele nunca mais voltou a escrever, penso que sofreu um bloqueio literário.

JDamasio

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