ilumina-me. pirata
desenfreado do luar. alegre esfumada figura que sobrevoa o puzzle das linhas do
horizonte. de um azul terno morrem os poetas, com o ventre a rebentar de
cometas e uma lua branca sempre a fugir pelas pernas de tanto extenuar o
sangue. mas a luz convexa da pauta acende-se nos neurónios lupanares do louco,
navegante do etéreo e do olho interno que dói. os corvos serpenteiam borboletas
de chuva sobre a tua cabeça, mas tu não sentes, porque tens um chapéu feito do
amanhã da aranha dos sonhos, e não vês, porque as gotas são espelhos ancestrais
a luzir os segredos da vida, e no ar há um xadrez por inventar, e no silêncio
trilhos de espadas que dançam no esgar dos que deixaste para trás. agora segues
pela beleza até entonteceres a hipocrisia biliosa do mundo, de casaco rasgado e
a alma rota de estrelas até ao fundo do caleidoscópio. oh louco. se és louco,
ilumina-me... ilumina-me... ilumina-me.
Elsa Oliveira
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