quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PASSIO


A cegueira da paixão,


Aquela inconsequente e suicida,


De entrega absoluta, de irresponsável senso...


Temo que as frestas de minha visão estejam destrancadas
E agora, de olhos abertos,


Eu não consiga mais mergulhar nesse abismo sem fundo, de tantos perfumes e sensações devastadoras.


Já quebrei todos os meus ossos


E chorei todos os rios de desilusão.


A cegueira se dissipou e me atracou no cais,


Onde os pés se fincam firmes


E a razão é meu império de conforto.


Meu coração sente falta da deriva do desejo,


Do desconforto da espera,


Do alvoroço do encontro.


***


Meu coração jovial sabia ter cor na guerra.






Hérlon Fernandes Gomes (10/06/1981) é natural de Brejo Santo,Ceará

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