Esta lenda foi
contada por dona Helena Mallon e ela me pediu para colocá-la na Internet:
Na Idade Média um grupo de ciganos, que tinha como principal
atividade fabricar malas grandes, foi vítima de saqueadores. Com poucos
recursos, estes ciganos tiveram que parar no local mais próximo que era uma
vila na fronteira entre a Espanha e a França. Assim, mesmo com material escasso,
eles continuaram a fabricar malas grandes e como não tinham sobrenome, estes
ciganos foram apelidados de “Mallon”, que significa mala grande no dialeto do
povo local.
Neste grupo de ciganos, existia Rebeca, uma cigana que
curava as pessoas com ervas e simpatias. Porém, sua fama se espalhou tanto que
chamou a atenção dos inquisidores e por isto a pobre foi condenada,
injustamente, à pena de morte sob a falsa acusação de bruxaria.
Na hora da condenação, quando o algoz tentou colocar fogo,
as chamas se apagaram sem nenhuma explicação. Então, os inquisidores resolveram
enforcar a moça. Porém a corda partiu-se sem ferir a jovem.
O sacerdote que estava acompanhando a execução pediu para
que Rebeca fosse libertada, pois aquilo tudo significava que a cigana era
inocente. Deste jeito a moça continuou curando as pessoas com ervas e rezas.
O tempo passou, ela envelheceu, e no seu leito de morte
disse:
- Meu povo foi vítima de saqueadores e por isto sei que esta
situação não é fácil. Então prometo que quando eu desencarnar, meu espírito
ajudará a estas vítimas. Colocarei malas enormes, verdadeiras “mallons”,
recheadas de artigos úteis no meio das estradas como presentes para estas
pobres pessoas.
Após falar estas palavras a cigana faleceu. Reza a lenda
que, naqueles arredores, quando alguém era saqueado, sempre achava uma mala
enorme repleta de coisas úteis no meio do caminho.
Por causa das malas enormes, que os ciganos de Rebeca
fabricavam, surgiu o sobrenome “Mallon” entre a França e a Espanha.
Luciana do Rocio Mallon e Helena Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário