● nem os olhos meu senhor ●
● ali onde se erguem
macieiras silvestres ●
● q se realizarão nas
nossas tortas ●
● no fundo o senhor
compreende ●
● não so o bom gosto e a
finura das maçãs ●
● mas o pouco de raspas de
canela negra ●
● sem isso sem as raspas
meu senhor ●
● nossas tortas não
valeriam nada ●
● nem teriam esse odor de
terra velha ●
● esse mesmo meu senhor ●
● q todo fim de tarde e
noites nos alegra ●
● porq parece q respiramos
a vida ●
● assim o corpo os dedos e
os olhos ●
● tudo isso do corpo meu
senhor ●
● se alegra e reverencia a
estepe ●
● depois sabemos todos o q
sera ●
● não somente de nos mas da
terra ●
● dela e de todas as suas
macieiras ●
● porisso meu senhor venha
descansar ●
● com uma fatia das nossas
tortas ●
● sentindo a terra e as
maças ●
● olhando pela vidraça as
macieiras ●
● essa coisa imensa q nos
invade ●
● so assim sabera bem o q é
devido ●
● depois meu senhor sabemos
●
● q virão as armadilhas
pros lobos ●
● vira sangue molhando a
terra ●
● assim meu senhor sabemos
●
● q as macieiras se tornam
acidas ●
● as maçãs gozam antes das
tortas ●
● nem mesmo as raspas de
canela ●
● sabem salvar a terra
sonhando ●
● e as tortas são esse
espirito ●
● no fundo o senhor
compreende ●
● q lobos não podem ser
sangrados ●
● e tortas não podem
desaparecer ●
● não podemos ficar
expostos ●
● a esse infinito espaço
noturno ●
● sem nossas tortas e
nossos lobos ●
● os cães começarão a uivar
pra nada ●
● com esse berro todo e tão
selvagem ●
● q não saberemos mais o q
fazer ●
● isso tudo no limite das
forças ●
● nos deixara amordaçados e
a fome ●
● sabera o q fazer meu
senhor ●
● aceitamos tudo sempre em
silencio ●
● agora esse silencio é
grande demais ●
● tão grande q nada podemos
fazer ●
*Alberto Lins Caldas
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