Desde sempre o sol luziu
neste adro. E desde sempre te esperei
neste banco de madeira. As arcadas do templo,
brancas do fulgor do meio-dia,
não refletem a espera,
a demora da espera,
o desespero da espera.
Desde sempre estive aqui
e o sol que ora me arde nas pálpebras
é o mesmo sol que crestou as faces peregrinas
de Ulisses.
Ulisses retornou um dia,
cabelos brancos, olhos fulgurantes.
Tu nunca começaste a chegar.
Desde sempre estou aqui
(e sei que sempre estarei)
e a espera se tornou uma presença,
uma espécie de presença
– como este sol
como este adro,
como este templo.
olw
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