Alberto Lins
Caldas
*
● aqui não
temos limões nem laranjas ●
● mesmo
nesse estranho novembro ●
● não temos
nem laranjas nem limões ●
● sei q isso
não deve fazer parte da vida ●
●
principalmente em noites como esta ●
● onde tudo
seria diferente com limões ●
● essa
escuridão seria menor com laranjas ●
● e o brilho
perverso dessa cidade crua ●
● deixaria a
escuridão azul com laranjas ●
● mas
compreendo q a vida sem limões ●
● e sem
laranjas faz parte de tudo isso ●
● e q nosso
caminho é este e não outro ●
● vivemos
ofuscados mas aceitamos ●
● viver sem
laranjas e sem limões ●
●
despertamos e sabemos isso aqui ●
● essa
loucura não nos revolta mais ●
● muitos
morreram por ser assim ●
● mas a
sombra q se alastra nos alegra ●
● é verdade
q uma vida sem limões ●
● uma vida
sem laranjas quase não vale ●
● mas rimos
e dançamos assim mesmo ●
● sempre sem
limões e sem laranjas ●
● mas esse
mel gotejando assim do teto ●
● torna com
certeza a noite mais doce ●
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